Realizada nessa segunda-feira (28) na Universidade de Passo Fundo, a conferência recebeu públicos vindos, além da cidade, da região, e também de outros estados do país. As áreas destinadas ficaram lotadas, inclusive a área externa do salão onde a palestra foi projetada. Chamado à tribuna, Divaldo agradeceu o carinho de todos os presentes, dizendo que havia aprendido a amar Passo Fundo desde que a visitou pela primeira vez há mais de 50 anos, em 1962.

“Se um único homem atingir o mais alto grau de amor, será suficiente para neutralizar o ódio de milhões” (Mohandas Karamchand Gandhi), assim, começou a excelente conferência espírita. Incomparável, Gandhi mudou o conceito de paz entre as criaturas humanas.

Apoiando-se na obra “Perdão Radical, de Brian Zahnd, o conferencista narrou a história vivida por Simon Wiesenthal (31 Dez 1908 – 20 Set 2005), sobrevivente de campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, autor do livro Os Girassóis.

Estando no campo de Mauthausen, durante a Segunda Guerra Mundial, foi procurado por uma enfermeira que o levou a visitar um soldado alemão gravemente enfermo e que desejava falar com um judeu, pedir-lhe perdão. Karl Silberbauer, da Gestapo, já em seus últimos dias, implorou o perdão de Simon. Karl, tinha sido educado no cristianismo. Fascinou-se pelo discurso de Hitler, ingressando na juventude hitlerista, passando mais tarde a integrar a Gestapo. Nesta condição havia cometido vários atos de barbárie. Estava arrependido em seu leito de morte, havia sido ferido, agonizava.

No diálogo com Wiesenthal, Karl procurou se certificar que o seu visitante era realmente judeu. Convencido, solicitou dois favores, um era dizer a sua mãe que estava arrependido e que morrera cristão, relegando o nazismo, outro era ser perdoado por um judeu, levando em conta as atrocidades que cometera. Wiesenthal cumpriu o primeiro, já o segundo sentia-se incapaz de perdoar. Se fosse você, perdoaria? Perguntou Divaldo ao público, levando a uma reflexão sobre o perdão.

O grande desafio da criatura humana é a própria criatura humana. Interpretar a sua realidade é a proposta do pensamento filosófico. Ela não encontrou ainda a sua plenitude, a felicidade. Não logrou porque não teve a coragem de fazer a viagem interior em uma tentativa eficaz para autodescobrir-se, utilizando-se do amor, compreendendo que é um ser específico.

Apoiando-se nos estudos de George Gurdjieff e de seu discípulo Peter Ouspensky, Divaldo Franco, com seu verbo iluminado, discorreu sobre os quatros níveis de consciência do ser humano. De acordo com Peter Ouspensky, o ser humano pode ser catalogado em quatro níveis de consciência.

Consciência de sono é o primeiro nível. Neste está a grande maioria, com raras exceções. É o estágio primário na escala de evolução. Ouspensky afirmou que pelas reencarnações o indivíduo vai adquirindo conhecimento e despertando a consciência. O segundo nível é o de consciência desperta. A criatura humana alcança o discernimento, dá-se conta que sua existência tem um significado psicológico. Consciência de si mesmo é o terceiro nível estabelecido por Ouspensky. Neste nível o autor apresenta as funções da máquina – o ser humano.

A primeira função é a intelectiva. A segunda é a emocional. Na ordem estão as funções instintiva, motora e sexual. A sexta função é a emotiva superior e a intelectiva superior é a sétima. Estas funções devem ser administradas por essa consciência de si mesmo. Peter Ouspensky denominou o quarto nível como o de consciência objetiva, e que Allan Kardec chamou de consciência cósmica. O espiritismo conduz a criatura humana a ter vida em abundância, revelando com ênfase Jesus Cristo.

Utilizando-se de técnicas para que o público se descontraísse, Divaldo conduziu-os para o riso, uma verdadeira terapia de enriquecimento humano, elevando o padrão vibratório, destacando a certeza na imortalidade da alma, seu crescimento com o emprego do perdão, abandonando o ódio, a raiva, tornando-se amoroso, fraterno e caridoso. Deixar de viver na angústia, adotar a alegria de viver com amor, dando ao outro o direito de ser como deseja, é tarefa que se impõe.

Jesus disse ser a luz do mundo. Para viver nele e na luz será necessário realizar o exercício da solidariedade, servindo e amando sempre. Vale a pena amar, vale a pena perdoar. Finalizando o profícuo trabalho com o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo foi aplaudido de pé, demoradamente. Envoltos em vibrações de amor e profundo sentimento de servir, todos saíram levando em seus corações a esperança em dias melhores, compreendendo que são os construtores da era nova, a era do amor.

Texto: Paulo Salerno.
Fotos: Jorge Moehlecke.

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Sete mil pessoas assistiram a palestra de Divaldo Franco em Passo Fundo
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