Panta rei (tudo flui), enunciou o filósofo grego Heráclito de Éfeso, que viveu nos séculos VI e V a.C., referindo-se ao fato de ser a mudança uma constante em toda a natureza. Ilustrando este fato, ele chegou a afirmar que não se pode entrar duas vezes em um rio porque na segunda tentativa as águas encontradas já serão outras e a própria pessoa estará diferente.

Mudanças que, conforme sabemos, ocorrem dentro (estado orgânico, percepções, opiniões) e fora de nós (situações, conceitos, utensílios). Apesar disso, a ilusão e o egoísmo levam ainda a maioria ao apego e à busca da posse como fatores de realização pessoal e segurança.

As mudanças no plano material, embora possam expressar melhoria tecnológica e aperfeiçoamento de nossas instituições, estão também associadas a desgaste e deperecimento, mas as mudanças que o tempo estabelece em nosso íntimo representam acréscimo de experiência e mais ampla capacidade de compreender e discernir.

Ao lado, contudo, desse fluxo incessante de renovação, existem sentimentos e leis que não desaparecem e cuja presença e atuação, pelo contrário, se expandem e acentuam sempre mais, como o amor, a admiração do belo e a aspiração à liberdade e à justiça.

Facilmente observável nos indivíduos que se enriquecem de bens espirituais apesar do desgaste orgânico, esse fenômeno se dá também com as organizações cujos objetivos e métodos se alinham com as Leis Divinas e para as quais o tempo traz a substituição de pessoas e equipamentos enquanto elas prosseguem sempre mais capazes de atingir suas metas, adaptando continuamente sua ação às mudanças de cenários em que devem atuar.

E é justamente essa forma de trabalho, em que se conjugam permanência (de princípios, diretrizes) e renovação (de processos, pessoas), que a Doutrina Espírita nos convida a adotar em nossas instituições, fortalecendo-as e perenizando-as no cumprimento de sua missão: a revivescência da Boa Nova nos dias atuais.

Fonte: SEI – Serviço Espírita de informações – boletim número 2.173

Mudança e Permanência
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